A prometida ciclovia na Estrada Parque Taguatinga (EPTG) ganhou um novo capítulo em sua saga que se arrasta desde o governo José Arruda (PR; 2007-2010). O Departamento de Estradas de Rodagens (DER) assinou contrato de licitação de R$ 8 milhões com a empresa Sigma Locação de Máquinas e Serviços de Terraplanagem para contrução de uma via dedicada aos ciclistas dos Distrito Federal.

A EPTG, cuja extensão é de 19,90 km, liga as regiões do Plano Piloto, SIA, Guará, Park Way, Vicente Pires, Águas Claras, Taguatinga, Ceilândia e Samambaia. A sua importância econômica não se restringe somente ao deslocamento da população que por ali trabalha e reside. Às margens da rodovia, diversas empresas, de lojas de material de contrução a restaurantes, se instalaram com sucesso. Principalmente entre o Lúcio Costa, vizinhan- ça que faz parte do Guará, e Vicente Pires.

Nos horários de rush, as via costumam engarrafar. Daí a importância maior de fi nalmente construírem uma pista que incetive motoristas e usuários de transporte público a adotar a bicicleta. A velocidade média na EPTG é de 80 km, em boa parte do seu trecho, e os radares eletrônicos não costumam ser sufi cientes para apazigar condutores apressados.

Consultada sobre a ação, a assessoria do DER informou que o Governo do Distrito Federal (GDF) disponibilizará de recursos do Banco do Brasil, e que um projeto de solicitação de iluminação já foi feito para a Companhia Energética de Brasília (CEB) para estruturar a construção que será feita de pavimento fl exí- vel (CBUQ) e terá 2,5 metros de largura e comprimento de 24 quilômetros.

O intuito principal da obra, de acordo com o DER é o de mobilidade, embora ela poderá ser utilizada com fi ns de lazer e esporte. A empresa Sigma, que ganhou a licitação objeto dessa consulta, executa outra obra do DER e ela não se encontra parada. Ótima notícia para a parcela da população do Distrito Federal que depende da EPTG para ir e vir e que tem condição física necessária para pedalar, seja para se locomover ou para prticar esportes. A previsão de início da construção da ciclovia é para esta semana.

“Um estímulo como meio de transporte no DF”

A coordenadora-geral da Rodas da Paz, Renata Florentino, 32 anos, organização que promove ações de mobilidade sustentável, em entrevista ao Alô Brasí- lia contou que a ONG, além de outras instituições, procurou o GDF para dar contribuições sobre o projeto. Já sobre os critérios de segurança que o governo deveria seguir, Florentino ensina que “onde se constrói uma ciclovia, existe a necessidade de cruzamento e no caso, uma sinalização adequada desse cruzamento. Em todas as ciclovias do DF somente duas estão corretas: Uma no Lago Sul e outra, em Águas Claras. O restante não seguem as normas”. E completa: “A ciclovia da EPTG possui dois desafi os: Grande número de cruzamentos e a alta velocidade da via, sendo necessário que seja bem sinalizada, além de uma explicação educativa. Considerando a alta velocidade da via, deveria ter a sinalização de redução de velocidade próximo aos cruzamentos, os quais deverão ser bem tratados”.

O Alô Brasília também ouviu o ciclista Bruno Leite, 36 anos, que listou como difi culdade principal

Para tornar a bicicleta um meio de transporte a ser usado para o trabalho“a convivência com o trânsito em geral, que necessita de uma grande campanha de conscientização e educação, assim como foi realizada para as faixas de pedestre. Deveriam incentivar o convívio saudável entre todos que compartilham a via , lembrando que a via é uma via pavimentada para todos e não uma via somente para automóveis”. E opina que “as ciclovias existentes atendem a uma parte da população. Sair de uma região administrativa para outra é muito hostil. Não há respeito de velocidade e sem sinalização para o ciclista”. Sobre a construção da EPTG, setencia dizendo que “se for bem feita, vai ser um avanço e um estímulo como meio de transporte no DF”.
Alô
Foto: Andre Borges/Agencia Brasilia