As entradas do Parque da Cidade Sarah Kubitschek ganharam novas cores neste sábado (27/5), com desenhos de 32 grafiteiros e grafiteiras. A ação integra o Encontro de Grafite do Distrito Federal, que segue até domingo com promoção das secretarias de Cultura e Adjunta de Turismo.

O objetivo do projeto é abrir o debate sobre reconhecimento e valorização dessa forma de expressão artística e chamar atenção sobre a revitalização dos muros e das churrasqueiras do parque, transformando-as em galerias de arte a céu aberto. Os grafiteiros continuam a fazer seus trabalhos até as 18h deste domingo (28).

Há quatro anos pintando as ruas da cidade, Ramon Andrade, 28 anos, acredita que o projeto é uma forma de conscientização sobre a importância do grafite para o ambiente urbano. “Vejo como uma revitalização e oportunidade para os grafiteiros mostrarem sua arte. Podemos abrir a mente das pessoas e mudar a visão da criminalização do grafite”, disse.

A confecção dos painéis no Parque da Cidade são extensão da exposição Mundez, uma releitura de obras clássicas das artes plásticas brasileiras feitas por grafiteiros da cidade, em comemoração aos 10 anos do Museu da República, que abriga exposição até 4 de junho.

Representando as mulheres, a grafiteira e tatuadora Iasmim Kali, 25, conta que começou a pintar as paredes de casa há seis anos e, desde então, leva sua arte para as ruas. “Esse projeto é importante para chamar atenção que mulheres também pintam. O muro precisa ser pintado e nós queremos transformar a rua em obra de arte.”


Na entrada do parque em frente ao Sudoeste, a coruja recém pintada chama atenção por quem ali passa. Com os dizeres ‘Eu vejo tudo e ninguém me vê’, o grafiteiro André Oneal, 31, diz ser uma homenagem à avó, falecida há oito anos. “Na casa dela tinha muita coruja. E ela sempre dizia que sabia o que nós, netos, tínhamos quebrado. O desenho é uma forma do artista expressar sua opinião”, conclui.

Por: Correio braziliense