Auditorias do TCDF impediram que o prejuízo da obra superfaturada fosse ainda maior

O prejuízo para os cofres púbicos na reconstrução do Estádio Nacional Mané Garrincha poderia ter sido muito mais amargo. Desde a concepção do polêmico projeto, auditorias do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) identificaram graves suspeitos de superfaturamento e outras irregularidades. Segundo o conselheiro Renato Rainha, a fiscalização evitou o desperdício extra de mais de R$ 310 milhões.

“Havia um plano de obras para a parte externa do estádio. Nós conseguimos suspendê-lo em 70 dias e depois conseguimos cancelar o projeto. Só nisso seriam gastos mais ou menos R$ 305 milhões. Isso ia fazer que na época o custo total do estádio ficasse acima dos R$ 2 bilhões”, afirma Rainha. Neste caso, a auditoria apontou indícios de irregularidades nos projetos de construção de jardins, um heliporto, um viaduto (ligando W4 e a W5 Norte) e túnel ligando a arena até o Parque da Cidade, passando por baixo do Eixo Monumental.

Em outra frente, o tribunal barrou o desembolso de R$ 6 milhões em um contrato de comunicação visual com suspeita de sobrepreço. “Nosso corpo técnico também identificou que havia a intenção de compra de 15 quilômetros de guarda-corpo além do necessário. Com base nessa auditoria o governo suspendeu também essa compra”, conta o conselheiro.

O TCDF entrou em contato com o falecido ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki para ter acesso às delações da Andrade Gutierrez, na Operação Lava Jato. A construtora é uma das responsáveis pela obra do Mané Garrincha. “Estava tudo certo. Receberíamos o material em caráter sigiloso”, relata Rainha. Com a morte do magistrado, o processo ficou em aberto até hoje.

O tribunal ainda não concluiu a análise do caso do Estádio Mané Garrincha. Ainda não há uma data para o julgamento do processo.

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Josemar Gonçalves/Cedod/Jornal de Brasília
JBR