Por convocação de centrais sindicais, trabalhadores de todo o Brasil devem aderir à segunda greve geral do ano contra reformas propostas pelo presidente Michel Temer, por sua saída do cargo e por eleições diretas. No Distrito Federal, rodoviários, metroviários, professores e profissionais da Saúde já confirmaram adesão ao movimento e prometem parar por 24 horas na sexta-feira (30). O governo se prepara e ameaça corte de ponto.

Em assembleia na noite de domingo, os metroviários decidiram parar. Na sexta-feira, a promessa é que 100% das atividades sejam interrompidas. O Sindicato dos Rodoviários também confirmou a adesão. Motoristas e cobradores trocarão os postos de trabalho pela participação em manifestações na área central da cidade.

EDUCAÇÃO

A rede pública de ensino já avisou: não terá aula. O Sindicato dos Professores anunciou adesão ao movimento, já com previsão de reposição. Os docentes se reunirão na Praça do Relógio, em Taguatinga, às 9h, para um ato em favor do movimento. Cada escola particular tem autonomia para decidir aderir ou não ao movimento. Na última convocação, apenas cinco dos 503 colégios suspenderam as atividades.

SAÚDE

As categorias de trabalhadores da saúde também apoiam o movimento. Representando o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde (Sindsaúde), Marli Rodrigues acredita ser necessário engrossar o coro contra as reformas: “Essa greve não é um ato qualquer, tem um significado importante. É a postura que o trabalhador brasileiro toma diante dessa covardia de retirar direitos trabalhistas”. De acordo com a sindicalista, atendimentos que não forem de emergência e que não coloquem a vida de pacientes em risco serão paralisadas.

GOVERNO SE PREPARA

O Governo de Brasília ainda estuda o que fará caso a paralisação de fato ocorra. Por enquanto, o que se sabe é que será cumprida a Lei de Geral de Greve aplicada ao serviço público, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal, com regras que preveem corte de ponto e de vantagens nos dias de falta aos servidores que participarem de greves e paralisações. Isso para que os serviços prestados à população não sejam ainda mais prejudicados.

Está em discussão um esquema especial de segurança para evitar confrontos e depredações, como aconteceu no mês passado durante protesto contra o governo de Temer. No último ato, o prejuízo para o GDF superou os R$ 100 mil. A expectativa é que até quarta-feira, tudo esteja decidido. Há, porém, um protocolo de segurança para manifestações.

Em 28 de abril, atendendo ao chamado das centrais, mais de 30 categorias de trabalhadores da capital participaram do ato e prejudicaram serviços básicos. Em todo o País, mais de 40 milhões de trabalhadores aderiram à paralisação.

​Amanhã, a Central Única dos Trabalhadores se reunirá com os sindicatos para discutir a agenda de atos. A partir de então então divulgada a lista final das categorias que vão aderir ao movimento.

Breno Esaki
JBR