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Uma recente pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com o laboratório Apsen, revelou que 79% dos brasileiros não percebe a perda muscular com o avançar da idade. O processo, conhecido como sarcopenia, provoca perda de massa e de força, debilitando os membros, o que traz como sequela a dependência dos idosos.

O alto índice revelado pelo levantamento nos mostra um cenário preocupante, agravado pelo crescimento da população acima da faixa dos 50 anos. Hoje, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o país tem mais de 36 milhões de pessoas na faixa entre 50 e 79 anos. O mesmo instituto já havia divulgado outra pesquisa onde estima que em 2030, o número absoluto e o porcentual de brasileiros com 60 anos ou mais superará o número de crianças até 14 anos. Serão 41,5 milhões de idosos, o que representará 18% da população, ante 39,2 milhões de crianças, que representarão 17,6% do total de brasileiros.

Diante dessas pesquisas e estimativas, faz-se urgente repensar a forma com que levamos a vida, bem como estamos nos cuidando para não simplesmente viver, mas, viver com qualidade. É aí que entra a importância de se levar uma vida ativa.

A prática regular de atividade física, que para idosos tempos atrás era iniciada apenas por recomendação médica, deve-se cada vez mais fazer parte de um estilo de vida. Há uma grande razão para isso. A relação entre exercício físico e qualidade de vida é total.

Com o passar dos anos, o metabolismo basal, que é a quantidade de energia que nosso corpo precisa diariamente para sobreviver, diminui. O organismo passa a funcionar mais lentamente e de modo menos eficiente. Músculos, que são a principal fonte consumidora de energia no corpo, também reduzem de tamanho e, dessa forma, também se reduz o consumo energético.

Esse processo leva a uma tendência natural de acúmulo de gordura no corpo, que a cada ano precisa de menos energia, mas que dificilmente é acompanhada pela diminuição da ingestão de calorias na alimentação.

Para manter o metabolismo basal elevado, o trabalho de fortalecimento muscular é essencial. Ele mantém os músculos com maior volume e ativos, dá mais sustentação à estrutura óssea, evita seu desgaste e auxilia de modo mais eficiente a locomoção, o equilíbrio e as atividades da vida diária em geral.

Esse trabalho de fortalecimento pode ser realizado de diversas formas. Exercitar-se contra uma resistência é o caminho mais eficiente. Exercícios com pesos, como na musculação, com resistência de molas, como acontece no pilates, ou mesmo com resistência do peso corporal são igualmente eficazes, desde que os músculos sejam demandados um esforço ao qual a pessoa não esteja acostumada no dia a dia.

O fundamental é que cada um escolha a forma mais prazerosa de cuidar dos músculos e, diretamente, de sua saúde. Se é fato o envelhecimento, que ele então aconteça da forma mais saudável possível, sem que impacte em nossa independência.

*Cristiano Parente é professor e coach de educação física, eleito em 2014 o melhor personal trainer do mundo em concurso internacional promovido pela Life Fitness. É CEO da Koatch Academia, do World Top Trainers Certification, primeira certificação mundial para a atividade de educador físico.