Revisão de cadastros viu 'fraude' em 85% dos benefícios; índice está acima da média nacional, de 80%. Além de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez também será investigada.

Por Bianca Marinho e Gabriel Luiz, TV Globo e G1 DF

Contribuintes aguardam atendimento em agência do INSS no DF (Foto: Beatriz Pataro/G1)

Um pente-fino na concessão do auxílio-doença fez o INSS cortar 2.784 benefícios no Distrito Federal em 17 meses – em média, cinco por dia. O levantamento começou a ser feito em agosto de 2016. Até dezembro de 2017, foram feitas 3.286 perícias, como forma de confirmar a veracidade dos cadastros. Isso representa um índice de "fraude" em 85% dos benefícios revistos. A média nacional é de 80%.

A estimativa do Ministério de Desenvolvimento Social (MDS) é de trazer uma economia de R$ 47,9 milhões por ano aos cofres públicos. A meta final da pasta é revisar 4.909 benefícios só no DF.

Quando a revisão foi anunciada, o governo informou que o objetivo era "colocar uma tampa sobre os ralos que estão abertos", de forma a eliminar pagamentos a pessoas que não têm direito a receber benefício.

Em agosto de 2016, o governo iniciou o pente-fino nos benefícios por incapacidade pagos pelo INSS. Até dezembro do ano passado, a revisão priorizou o auxílio-doença nos casos de pessoas que há mais de dois anos não passam por revisão médica no INSS.


Edifício-sede do INSS em Brasília (Foto: Yasmim Perna/G1)

Números sobre auxílio-doença

No DF

Foram realizadas 3.286 perícias, com 2.784 benefícios cancelados.
A ausência de convocados levou ao cancelamento de outros 190 benefícios.
Além disso, 290 benefícios foram convertidos em aposentadoria por invalidez, 14 em auxílio-acidente, 17 em aposentadoria por invalidez com acréscimo de 25% no valor do benefício e 171 pessoas foram encaminhadas para reabilitação profissional.
Previsão de rever 4.909 benefícios.
A economia anual estimada até agora é de R$ 47,9 milhões.

No Brasil

Até 15 de dezembro de 2017, foram realizadas 249.878 perícias com 199.572 benefícios cancelados.
A ausência de convocados levou ao cancelamento de outros 26.701 benefícios.
Além disso, 40.933 benefícios foram convertidos em aposentadoria por invalidez, 2.115 em auxílio-acidente, 1.318 em aposentadoria por invalidez com acréscimo de 25% no valor do benefício e 5.940 pessoas foram encaminhadas para reabilitação profissional.
Ao todo, 530.191 benefícios de auxílio-doença serão revisados.
A economia anual estimada até agora é de R$ 3,2 bilhões.

Aposentadoria por invalidez

Na semana passada, o INSS começou a enviar as cartas para beneficiários de aposentadoria por invalidez no DF. É uma segunda etapa do pente-fino. Serão convocados 14.385 beneficiários na capital federal para revisar os dados.

No caso dos aposentados, não serão chamados aqueles que tiverem mais de 60 anos ou quem tiver 55 anos e receber o benefício há pelo menos 15 anos. O pente-fino vai até dezembro de 2018. O objetivo do governo federal é revisar 1,2 milhão de perícias de auxílio-doença e aposentadorias por invalidez.