Feira expõe mais de 2 mil gêneros diferentes da planta, incluindo espécies consideradas raras. Preços variam de R$ 5 a R$ 500; entrada é gratuita.

Por Marília Marques, G1 DF

Orquídeas à venda em exposição no Teatro Nacional, no DF (Foto: Marília Marques/G1)

Mais de duas mil espécies diferentes de orquídeas estão à venda em uma feira que acontece até domingo (3) no foyer do Teatro Nacional de Brasília. A exposição marca a reabertura do espaço ao público, após três anos de portas fechadas. A entrada é gratuita (veja galeria de fotos abaixo).

A programação inclui ainda uma oficina de cultivo das espécies. A atividade está prevista para as 15h do sábado (2) e do domingo – não é necessária inscrição prévia. A proposta do curso rápido é ensinar ao público em geral técnicas de cuidado com a planta, como dosagem da água, tipos de ambientes e tempo de exposição ao sol.

"A principal dica para cultivar orquídea é agua na medida certa, um bom substrato, o vaso certo e iluminação adequada. A luz é o principal alimento da planta", sugere o produtor e organizador do evento, Walber Leão.

Produtor de orquídeas Walber Leão, em meio às flores expostas no Teatro Nacional (Foto: Marília Marques/G1)

O clima seco de Brasília também é bem visto por boa parte dos produtores da espécie. A baixa umidade em algumas épocas do ano é considerada como "antídoto" para o que eles chamam de "maior problema à saúde das plantas", o excesso de água.

"É uma planta que se adptou a viver em situações difícies, como alto de árvores e em cima de pedras. Cada vez que ela absorve água, vai armazenando e isso estoura as paredes, aí fungos começam a entrar", explica Leão.

"Ao contrário do que se pensa, a orquídea é facil de cultivar."

Espécie roxa de orquídea exposta em feira nacional (Foto: Marília Marques/G1)

Para todos os gostos

Dentre as espécies expostas, há variedades para todos os gostos, preços e tamanhos. Há desde flores do tamanho de um alfinete, até aquelas maiores que a palma da mão. Os preços variam de R$ 5 a R$ 500.

"Na evolução, elas adaptaram as cores para atrair moscas, ao invés de abelhas, para fazer a polinização", conta um dos expositores.

Na mostra, o público pode ter contato com várias espécies com hábitos "curiosos". Há flores que crescem para baixo, por exemplo, e outras que liberam cheiros semelhantes a carne podre – é o caso de uma espécie asiática

Variedade de orquídea que produz flores do tamanho de um alfinete (Foto: Marília Marques/G1)



Expositor compara tamanho de flor com a própria mão (Foto: Marília Marques/G1)


Para quem vive em apartamentos e quer cultivar orquídeas, existe a possibilidade de plantas como as do gênero Phalaenopsis – conhecida como "orquídea-borboleta" –, que se acostumaram a ficar em ambientes que recebem luz indireta e têm temperatura estável. Para quem prefere cultivar no jardim, há variedades de flores que se desenvolvem bem quando expostas ao sol.


O tipo que pode ser cultivado em ambientes mais fechados foi o escolhido pela moradora do DF Joseneusa Rodrigues. Ela comprou cinco mudas do gênero Cattleya, que vão se juntar às outras 30 plantas que ela cultiva em casa. A mulher se diz atraída pela beleza e pela facilidade em cuidar das orquídeas.

Joseneusa Rodrigues comprou cinco mudas de orquídeas; plantas vão se juntar a mais 30 que ela tem em casa (Foto: Marília Marques/G1)

Além das espécies mais comuns e de fácil cuidado, a exposição traz, ainda, "variedades de colecionador", que são as espécies consideradas raras e de "maior qualidade". As plantas são híbridas, ou seja, geradas a partir do cruzamento entre espécies e gêneros diferentes. A modificação resulta em flores de cores e formatos inusitados, como a orquídea-negra.


Expositor Anderson Shitara levou espécies asiáticas de flores à exposição no Teatro Nacional (Foto: Marília Marques/G1)

Fascínio e beleza

Este é a 14ª edição da Exposição Nacional de Orquídeas em Brasília. O evento acontece desde 2004 e já reuniu mais de 20 mil pessoas fascinadas pela beleza da planta, segundo os organizadores.

Para Leão, esse "fascínio" pela espécie vem desde a Antiguidade. "A família orquidácea é a maior do reino vegetal, são mais de 35 mil espécies ja catalogadas", explica. Segundo o produtor, a simbologia está relacionada à origem do nome. "O gênero 'orquis' vem do grego, significa testículo".

"O gênero europeu produz umas batatinhas do tamanho e um grão de feijão, que lembram testículos, por isso o nome 'orquis'. Além disso, o aroma e a cor atraem muito as pessoas."



Orquída exposta na feira nacional, em Brasília (Foto: Marília Marques/G1)



Espécies raras de orquídeas expostas em foyer do Teatro Nacional (Foto: Marília Marques/G1)

Flores expostas no foyer do Teatro Nacional (Foto: Marília Marques/G1)


Flores expostas no foyer do Teatro Nacional (Foto: Marília Marques/G1)

Flores expostas no foyer do Teatro Nacional (Foto: Marília Marques/G1)

Serviço:

Exposição Nacional de Orquídeas
Quando: até domingo (3)
Horário: 9h às 19h
Oficinas: sábado (2) e domingo (3), às 15h
Entrada gratuita