Expectativa dos organizadores do evento no país é de que faturamento no período promocional chegue a R$ 80 milhões no DF e que, com isso, o comércio alcance incremento de dois dígitos em relação a 2017.

Iranilde Costa adiantou a compra dos presentes para o feriado no Natal(foto: Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press )

Com o Natal e as festas de dezembro se aproximando, a próxima sexta-feira pode ser a oportunidade perfeita para o brasiliense garantir um presente para este fim de ano sem gastar muito. Data mais positiva para o comércio eletrônico do país, a Black Friday deve representar um faturamento de mais de R$ 80 milhões só no Distrito Federal, de acordo com os organizadores do evento no país. Caso a projeção se concretize, significará um aumento de 19% nas vendas em relação à mesma data de 2017.

“A Black Friday virou um costume para os brasileiros. As pessoas já começaram a se preparar para esse dia, economizando nos meses anteriores. Desde a implementação no país, em 2010, ela só trouxe resultados positivos, pois se consolidou como uma data do ‘eu mereço’, ou seja, as pessoas querem aproveitar os preços baixos para presentear a si mesmas”, comenta o diretor da Black Friday no Brasil, Ricardo Bove.

Fatores como a mudança do cenário político do país e o aumento da confiança do consumidor contribuem para que a perspectiva vire realidade. “Qualquer alteração na política é acompanhada de uma expectativa de melhoria por parte do cidadão. Isso contagia também o empresário, que passa a investir mais no estoque e arriscar nas promoções. A projeção de crescimento em dois dígitos é muito satisfatória”, diz o presidente da Federação do Comércio do DF (Fecomércio), Adelmir Santana.

Apesar de a sexta-feira ser a data característica do evento, a movimentação dos consumidores agita o comércio, e não apenas o eletrônico. A dona de casa Maria Célia Souza, 53 anos, por exemplo, aproveitou a redução nos preços e levou para casa uma colcha de cama que estava em promoção. “Vim buscar um presente comprado pela internet, mas quando vi que vários produtos estavam em liquidação, saí da loja com mais alguns para mim”, afirma. Na sexta-feira, ela voltará às ruas para tentar comprar uma geladeira. “Se estiver com o preço mais acessível e um bom desconto, eu posso até levar.”
As vendas na Black Friday podem apresentar uma prévia de como será o faturamento do comércio local durante os feriados de fim de ano. Hoje, o Distrito Federal é a quinta unidade da Federação que mais gasta por conta do evento — está atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. Além disso, concentra 42% da quantidade de vendas na região Centro-Oeste.

De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista), as lojas que participam da Black Friday podem dar descontos que chegam a 50%. “O consumidor poderá usar os descontos para antecipar as compras para o Natal”, sugere o presidente do Sindivarejista, Edson de Castro.

Corroborando a tendência, a dona de casa Iranilde Costa, 52, adiantou os presentes para o feriado do Natal e comprou dois celulares: um para o filho e outro para a nora. “Gastei aproximadamente R$ 1,8 mil. Os preços estavam baixos, então, decidi aproveitar”, justifica.

Cuidados
Apesar da projeção positiva, é importante que o consumidor não compre por impulso durante a data. Neste momento, as lojas devem não apenas atrair clientes, mas também, cumprir com os descontos prometidos. “Quem aderir à Black Friday deve fortalecer a prática da maneira como ocorre nos Estados Unidos, e não mascarar as coisas para o consumidor. Caso contrário, ela cairá em descrédito para as futuras campanhas. É indispensável que nós ofereçamos credibilidade ao consumidor”, alerta Adelmir, da Fecomércio.

Fonte: CB