Programa visa incentivar o mercado criativo no País e no exterior

O grupo percussivo brasiliense Patubatê tem movimentado a economia criativa dentro e fora do Brasil. Selecionados pelo programa Conexão Cultura, os músicos levaram para a Colômbia os ritmos da música brasileira.O grupo Patubatê foi um dos grupos selecionados pelo programa Conexão Cultura para ir à Colômbia ministrar oficinas e apresentar os ritmos nacionais. Foto: Tony Winston/Agência Brasília.

Na ativa há mais de 19 anos, o Patubatê é conhecido no Brasil e no mundo por fazer música com instrumentos inusitados a partir do reaproveitamento de sucatas como latas, tonéis, baldes, panelas e peças de automóveis.

Os músicos tocam ritmos brasileiros, como maracatu, samba funk, afro, ijexá, carimbó e ciranda, sempre com percussão e o DJ de música eletrônica.

A performance no evento Circulart, em Medellín, na Colômbia, proporcionou o intercâmbio de conhecimento e a promoção do trabalho feito na música alternativa do Distrito Federal.

Para Fred Magalhães, integrante e um dos fundadores do grupo, a presença na feira internacional abre portas para outros eventos no exterior.
Fomos preparados para formatar o negócio de forma organizada e lucrativaFred Magalhães, integrante e um dos fundadores do grupo

“A gente participou de rodada de negócio, ministramos oficinas e mostramos como é feito esse trabalho que vai além de criar música com materiais recicláveis”.

Além do núcleo formado por três percussionistas e um DJ, o Patubatê tem uma microempresa que administra todos os projetos e as apresentações musicais.

O programa Território Criativo, da Secretaria de Cultura, contribuiu para o crescimento da banda com cursos voltados para a gestão de negócios no mercado criativo no Distrito Federal.

Além das apresentações musicais, o Patubatê ministra oficinas de formação. Foi daí que surgiu o Bloco Sustentável, grupo percussivo e carnavalesco que anima foliões pelas ruas de Brasília no carnaval.

As aulas são gratuitas, e qualquer pessoa acima dos 12 anos pode participar. Mais informações no site do grupo.
Economia criativa no DF emprega mais que outras unidades da Federação

Estudo divulgado em agosto, pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), mostra que a participação da economia criativa no mercado formal de trabalho em Brasília é expressiva, quando comparada à de outras unidades da Federação.

Em 2016, o DF ocupava a terceira posição no ranking da participação da economia criativa no mercado de trabalho formal — quando alcançava 4% do total de empregados. Perdia apenas para o Amazonas — com 6,8% — e São Paulo — com 4,5%.

No total, mais de 40 mil profissionais atuam nesse segmento em Brasília, e os maiores empregadores foram identificados nas áreas de audiovisual, mídia interativa e educação cultural.

Outra característica demonstrada no documento diz respeito à remuneração: os funcionários que trabalham em ocupações criativas e nas áreas culturais recebem mais, em média, do que os demais trabalhadores.

“Isso mostra que o DF tem tendência de especialização no setor, ao empregar número considerável de pessoas com boa remuneração, um círculo virtuoso em que se encontra alta qualificação, alta produtividade e um mercado de tamanho importante na economia”, considera Clarissa Schlabitz, gerente de Contas e Estudos Setoriais da Codeplan.