Após demissão em massa de comissionados na virada do ano, futuro governador vai direcionar funções gratificadas para atendimento ao cidadão

Após confirmar ao Metrópoles a exoneração em massa de servidores comissionados sem vínculo no primeiro dia de janeiro de 2019, o governador eleito, Ibaneis Rocha (MDB), fará uma reforma administrativa geral na estrutura do GDF. Durante a transição, que será intensificada no início da próxima semana, a equipe técnica indicada pelo emedebista ficará mergulhada na redistribuição de postos e funções dos atuais cargos de confiança.

A proposta do futuro governador é desinchar as grandes estruturas das secretarias de Estado e potencializar as administrações regionais. Ibaneis pretende direcionar grande parte dos cargos comissionados para o atendimento ao cidadão. “Queremos fazer uma unidade do Na Hora em cada região administrativa e, para isso, colocaremos mais servidores à disposição do projeto”, informou.

Inicialmente, a equipe do governo Ibaneis previa concurso público para que a ideia fosse definitiva, mas a demora do processo de um certame – que pode levar até dois anos para se concretizar – fez com que se pensasse na alternativa para que as mudanças ocorram logo no início da futura gestão.

Se, por um lado, as administrações serão fortalecidas, por outro, Ibaneis pretende manter nas estruturas do primeiro escalão do governo apenas funções estritamente indispensáveis para o andamento dos processos internos.

Com essa visão, o futuro gestor estuda criar um formato mais ágil e menos burocrático para oferecer resultados mais visíveis e imediatos para a população. Além disso, acredita o emedebista, a redistribuição dos funcionários traria impactos no trânsito de automóveis no centro de Brasília, por exemplo.

“O governo vai ter foco na prestação de bons serviços para o cidadão e, para isso, é preciso descentralizar. Vamos fazer um amplo realocamento de servidores para empoderar as administrações regionais, que terão que dar respostas imediatas à comunidade. Quero o governo próximo do cidadão, prestando serviços de qualidade”, frisou Ibaneis.

“Decretão”
Conforme Metrópoles antecipou, o tradicional ato que determina a exoneração de todos os cargos comissionados ligados à gestão anterior deve se repetir na virada do próximo ano. Batizado de “decretão”, a canetada servirá para que os planos do futuro governador consigam ser contemplados.

A publicação no Diário Oficial do dia 1º de janeiro de 2019 pode implicar a demissão de 16.568 comissionados do Executivo local, entre concursados e servidores sem vínculo efetivo com o governo local. Os números constam no Portal da Transparência.

Redução maior
Para o fundador e secretário-geral da Associação Contas Abertas, Gil Castello Branco, o ideal é que haja parcela mínima de empregados sem vínculo e que as posições sejam ocupadas em grande maioria por servidores concursados, capacitados e bem remunerados. “Até para eles terem motivação de continuar com os trabalhos, independentemente de mandatário”, opina.

Fonte: Metrópoles