Até esta quarta, 15 nomes já tinham sido anunciados como secretários e comandantes. Grupo toma posse em 1º de janeiro de 2019, mas já trabalha na transição.

Por G1 DF

Palácio do Buriti, sede do governo do DF — Foto: Reprodução/TV Globo

Faltando pouco mais de um mês para a passagem da faixa, o governador eleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), já começou a montar o time que comandará o Executivo local a partir de 2019.

O resultado do segundo turno foi anunciado em 28 de outubro, e o primeiro nome da equipe foi divulgado já no dia seguinte. Até esta quarta-feira (14), o futuro governo Ibaneis já contava com 15 nomes – 11 secretários, 4 comandantes de forças de segurança e 1 presidente de estatal.

O grupo só toma posse em 1º de janeiro de 2019, quando o atual governador Rodrigo Rollemberg (PSB) deve transferir a faixa de governador a Ibaneis em cerimônia no Palácio do Buriti. Até lá, no entanto, uma equipe já trabalha no gabinete de transição montado no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB).

A equipe é coordenada pelo vice-governador eleito, Paco Britto, e pelo próprio governador Ibaneis. Do lado do governo atual, o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, comanda o grupo de trabalho a cargo de transferir as informações aos próximos gestores.

Confira, abaixo, quem já foi anunciado para compor o primeiro escalão do governo Ibaneis:

Casa Civil: Eumar Novacki

Eumar Novacki, do Ministério da Agricultura, em imagem de arquivo — Foto: Laís Lis/G1

Atualmente, Eumar Novacki é secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Ele chegou a assumir a chefia interina do ministério ao longo de 2018, quando o ministro Blairo Maggi precisava se ausentar do cargo.

Em uma dessas ocasiões, em 5 de novembro, Novacki e Ibaneis se reuniram na sede do ministério. O governador eleito saiu do encontro dizendo que tinha conseguido uma promessa de doação de R$ 1,5 milhão em maquinário.

Antes de ir para o ministério, Eumar Novacki já tinha sido secretário-chefe da Casa Civil no Mato Grosso, durante o governo do atual chefe Blairo Maggi (2003-2010). Ele é coronel da Polícia Militar de MT, e bacharel em direito.

Comunicação: Weligton Luiz Moraes

Jornalista e ex-secretário no DF Weligton Moraes, em imagem de arquivo — Foto: TV Globo/Reprodução

O jornalista Weligton Moraes já foi secretário de Comunicação do governo do Distrito Federal durante as gestões de Joaquim Roriz, entre 2003 e 2006, e de José Roberto Arruda, entre 2007 e 2010.

Na época, ele foi investigado por tentativa de suborno a uma testemunha e por falsidade ideológica no esquema conhecido como "Mensalão do DEM". Em setembro deste ano, porém, a Justiça do DF absolveu o jornalista das acusações.

Nas eleições de 2018, Moraes coordenou a pré-campanha de Jofran Frejat (PR), que acabou desistindo de concorrer ao Palácio do Buriti.

Educação: Rafael Parente


Rafael Parente, diretor-geral da Edufuturo e cofundador do Movimento Agora — Foto: Facebook/Reprodução

Doutor em educação pela Universidade de Nova York, Rafael Parentefoi subsecretário na Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro de 2009 a 2013, na primeira gestão de Eduardo Paes (MDB). No Rio, ele implementou uma plataforma on-line colaborativa de aulas digitais chamada Educopédia.

O empresário também é CEO da startup de educação Conecturma, presidente do Centro de Excelência e Inovação em Política (Ceipe), e cofundador do Movimento Agora.

Fazenda: André Clemente

Auditor fiscal do DF indicado como secretário de Fazenda do governo Ibaneis (MDB), André Clemente — Foto: Gabriel Luiz/G1

André Clemente é auditor de carreira da Receita do Distrito Federal, e foi escolhido por Ibaneis para coordenar a área econômica do plano de governo e da equipe de transição.

No período de sucessões governamentais em meio à operação Caixa de Pandora, foi secretário de Fazenda de José Roberto Arruda (PR), Paulo Octávio (PP) e Rogério Rosso (PSD).

Clemente disse que o orçamento previsto para os próximos anos é "suficiente" para acolher todas as promessas de Ibaneis durante a campanha – incluindo reajuste a servidores e aumento da oferta de serviços públicos.

Gabinete de Segurança Institucional: Laerte Bessa

O deputado Laerte Bessa, após o processo ser arquivado no Conselho de Ética — Foto: Sara Resende/G1

Com 64 anos, Laerte Bessa (MDB) é deputado federal e integrante da chamada "bancada da bala". Ele perde o mandato em 1º de janeiro de 2019, quando começa a gestão de Ibaneis.

Nascido em Goiânia, Bessa já foi diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal por oito anos, durante o governo de Roriz.

O primeiro mandato dele como deputado federal foi entre 2007 e 2011. Na época, o parlamentar era filiado ao PSC, mesmo partido de Roriz.

Justiça: Gustavo Rocha

Gustavo Rocha, ministro de Direitos Humanos, em entrevista em Nova York — Foto: Reprodução/TV Globo

O advogado Gustavo do Vale Rocha, de 45 anos, comandou a defesa do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) durante o processo de cassação. Em maio de 2016, foi nomeado ministro dos Direitos Humanos do governo Temer.

Durante a passagem pelo governo federal, acumulou também a função de subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil. Um dos principais auxiliares de Eliseu Padilha (ministro da Casa Civil), o advogado também ocupa uma vaga no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), indicado por Temer.

Habitação: Mateus Oliveira

Mateus Leandro de Oliveira, anunciado como secretário de Habitação no governo Ibaneis — Foto: Facebook/Reprodução

O advogado Mateus Leandro de Oliveira não é filiado a partido. Mestre em direito urbanístico pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) ele, está no segundo mandato no Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do DF (Conplan), órgão com função consultiva.

Na página oficial do escritório de advocacia do qual é sócio-fundador, o advogado se apresenta com "15 anos de experiência em questões de alta complexidade relacionadas ao direito urbanístico, direito imobiliário e empresarial".

Meio Ambiente: Sarney Filho

Governador eleito do DF, Ibaneis Rocha e o vice-governador Paco Britto se encontraram com o deputado Sarney Filho neste terça (13) — Foto: G1 DF

O deputado federal Sarney Filho (PV-MA) é, como indica o nome, filho do ex-presidente da República José Sarney e tem cadeira na Câmara Federal desde 1983. Ao todo, foram nove mandatos consecutivos por diversos partidos. Nas eleições deste ano, foi candidato ao Senado pelo Maranhão, mas não se elegeu.

Entre 2016 e 2018, Sarney Filho foi ministro do Meio Ambiente no governo Michel Temer. Ele deixou o cargo para sair em campanha eleitoral.

Mulher: Ericka Filippelli

Ericka Filippelli (ao centro), em foto ao lado do sogro e ex-vice do DF, Tadeu Filippelli — Foto: Facebook/Reprodução

Ericka Filippelli, 39 anos, é presidente regional do MDB Mulher no DF e foi subsecretária de Articulação Instituicional e Ações Temáticas da Secretaria de Políticas para Mulheres do governo federal na gestão Michel Temer. Poucos meses antes, Tadeu Filippelli atuava como assessor direto da presidência.

Nas eleições deste ano, Ericka se candidatou a deputada distrital pelo MDB, apostando no sobrenome do Filippelli para impulsionar a campanha. Com 4.285 votos, ela ficou na 79ª colocação e não obteve uma das 24 vagas.

Em entrevista ao G1, Ericka negou que Tadeu tenha "mediado" a indicação ao cargo, e disse ter planos ambiciosos para a futura Secretaria da Mulher – que, hoje, é uma pasta adjunta às de Igualdade Racial e Direitos Humanos. Entre eles, a reabertura e a ampliação da Casa da Mulher Brasileira, fechada desde abril de 2018.

Obras: Izidio Santos

Empresário Izidio Santos (esquerda), anunciado como secretário do governo Ibaneis (MDB) — Foto: Sinduscon-DF/Reprodução

O empresário Izidio Santos é, atualmente, vice-presidente administrativo e financeiro do Sindicato da Indústria de Construção Civil (Sinduscon-DF).

Segundo perfil publicado pela própria entidade, no mês passado, ele nasceu em Patos de Minas (MG) e é formado em engenharia civil. Além da atuação no sindicato empresarial, Izidio Santos é fundador e presidente da Barsan Engenharia.

Segurança Pública: Anderson Torres

Delegado da Polícia Federal Anderson Torres, anunciado como futuro secretário de Segurança do DF — Foto: TV Globo/Reprodução

O delegado federal Anderson Torres é, atualmente, chefe de gabinete do deputado federal Fernando Francischini (PSL-PR), ligado ao presidente da República eleito Jair Bolsonaro (PSL). Após a eleição, Ibaneis disse que consultaria Bolsonaro antes de anunciar o titular da pasta.

Ao G1, Torres afirmou que o respeito aos direitos humanos será uma “política da pasta”. Ele também disse que recebeu carta branca de Ibaneis para "investigar quem quer que seja", e que pretende aprimorar o plano de segurança para a Esplanada dos Ministérios nos grandes eventos e manifestações

Forças de segurança

Além do secretariado, Ibaneis também anunciou os futuros comandantes das forças de segurança do DF. Veja quem são os indicados:

Polícia Civil: Robson Cândido

Delegado-chefe da 11ª DP (Núcleo Bandeirante), Robson Cândido. — Foto: Elielton Lopes/G1

O delegado Robson Cândido, atualmente, chefia a 11ª Delegacia de Polícia, no Núcleo Bandeirante. O nome foi indicado a Ibaneis após uma lista tríplice definida, em votação, pelos policiais civis do DF. Ele alcançou 265 votos, ficando em primeiro lugar na "eleição", e teve o nome confirmado por Ibaneis.

Robson disputou o cargo com Benito Tiezzi, ex-presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil (Sindepo), e Gilberto Maranhão, atual assessor jurídico da Secretaria de Segurança Pública e Paz Social.

Polícia Militar: Sheyla Sampaio

Coronel da Polícia Militar do DF Sheyla Soares Sampaio — Foto: TV Globo/Reprodução

Se a nomeação se confirmar, a coronel Sheyla Soares Sampaio será a primeira mulher a assumir o cargo Comandante-Geral da Polícia Militar do DF.

Durante o mandato do governador Rodrigo Rollemberg (PSB), em 2015, a coronel Sheyla era a única mulher a comandar um batalhão operacional. Na época, ela geriu o 1º Batalhão da Polícia Militar do DF – grupamento responsável pelo monitoramento de locais como a Asa Sul e o Parque da Cidade.

Corpo de Bombeiros: Emilson Santos

Sheyla Sampaio, Anderson Torres, Emilson Santos e Robson Cândido serão nova cúpula da segurança pública no governo DF — Foto: Beatriz Pataro/TV Globo

O coronel Carlos Emilson Santos ingressou no Corpo de Bombeiros em 1989. Em 29 anos de carreira, chefiou áreas de planejamento, formação de praças, orçamento e finanças e foi chefe do Estado Maior Geral. Atualmente, é comandante operacional da corporação.

No currículo do militar, constam ainda participações em formações de aperfeiçoamento, como em um curso básico de inteligência na ABIN e um intercâmbio pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), em El Salvador.

Detran: Fabrício Moura

Agente de trânsito Fabrício Moura, anunciado como futuro diretor do Detran no DF — Foto: Letícia Carvalho/G1

O agente de trânsito Fabrício Moura, de 34 anos, será diretor do Detran do Distrito Federal em 2019. Nascido em Brasília, ele é servidor de carreira e entrou no último concurso da corporação.

Moura é bacharel em direito pela Universidade de Brasília e, atualmente, faz mestrado na área de transportes na mesma instituição. No currículo dele na web, constam cursos de capacitação no Ministério da Justiça, no Banco Central e no Instituto de Tecnologia da Áustria.

Moura evitou se comprometer com a ideia de um Detran "menos repressor", defendida por Ibaneis na campanha. Segundo ele, o papel de fiscalização será discutido, mas não necessariamente haverá uma redução nas blitzes.