Gente anônima salva pacientes diariamente no Distrito Federal com um gesto simples: a doação de sangue. Cada bolsa coletada no Hemocentro ajuda até quatro pessoas a sobreviver. Conheça a história de quem faz o bem sem saber a quem.

Beatriz Vaz da Silva: "Era uma vontade antiga e foi muito gratificante"(foto: Barbara Cabral/Esp. CB/D.A Press)
Há 17 anos, o vigilante Genivaldo Borges botou os pés no hemocentro pela primeira vez. Era para ajudar um amigo que precisava de doação de sangue. O que era para ser um gesto único se tornou um hábito. “Desde aquele dia, nunca mais parei”, conta. Logo após a coleta, Genivaldo posa para uma foto feita pelo servidor que o atendeu. “É para incentivar meus colegas”, justifica.
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As campanhas de doação de sangue, em geral, resumem bem o gesto: doar sangue é doar vida. E passado o receio inicial que muita gente tem do procedimento, geralmente o doador volta. Foi assim com Beatriz Vaz da Silva, 21 anos. “Era uma vontade antiga e foi muito gratificante. Na primeira vez, fiquei bem nervorsa, deu um friozinho na barriga. Mas agora, estou bem tranquila”, relata a jovem.

Cada bolsa de sangue pode salvar até quatro vidas. No Distrito Federal, são feitas aproximadamente 70 mil transfusões por ano. O gerente do Ciclo do Doador do Hemocentro, João Rogério Cardoso de Oliveira, explica que a doação tem valor incalculável. “Quem doa sangue doa vida. O sangue é um produto que não pode ser substituído por remédio, depende da boa vontade de as pessoas virem até o hemocentro doar”, observou.

O estudante Gabriel Fernando Vasconcelos Teles, 21 anos, um dos participantes, é doador frequente e entende a ação como uma doação de si mesmo. “Jesus deu o próprio sangue por cada um de nós. Doar, além de ajudar ao próximo, reafirma nossa fé”, destacou.

Os grupos entraram em contato com o Hemocentro, que se interessou na ação intitulada de Vai e Faz; e até ofereceu um ônibus para fazer o transporte do grupo, além de instruir sobre o processo e desconstruir mitos sobre a doação. Gabriel ainda ressaltou a importância do ato. “Cada pessoa tem o potencial de salvar quatro vidas, então nosso grupo pode ajudar até 100 pessoas. Além disso, podemos servir de incentivo para que mais pessoas doem sangue”, acrescentou.

Para as doações em grupo, o Hemocentro realiza um treinamento quinzenal com orientações. O representante, chamado de multiplicador, é responsável por repassar as informações para os demais. O último treinamento de 2018 ocorrerá em 12 de dezembro, às 14h, na sede do órgão.

Conscientização
O Colégio Sigma realiza, todos os anos, uma gincana para os alunos do ensino fundamental e médio. A Semana Cultural, como é chamada, já está na 30ª edição e há pelo menos 25 anos tem, como um dos desafios, a doação de sangue. “A competição sempre visou abraçar todos os aspectos, desde o esportivo até o filantrópico. Então nada mais justo do que ter a doação com essa ideia de ajudar o próximo”, afirmou o professor de educação física e coordenador da gincana, Carlos Roberto Alves Teles.

Cada turma fica responsável por conseguir entre três e cinco recibos de doação de sangue em um período determinado pelo regulamento. Por ano, as quatro unidades da escola no DF conseguem aproximadamente 250 doadores com o projeto. “Isso impacta no banco de sangue de Brasília e contribui com a sociedade,” destacou o professor. Ao final da gincana, os alunos recebem um acréscimo na nota proporcional às atividades realizadas. “É extremamente gratificante o aluno entender que não é só pela nota que ele está fazendo a ação e, sim, pela ajuda ao próximo. Isso não tem preço”, completou Carlos Roberto Teles.

Fonte: CB