Data foi definida pelo DER; câmeras e posto da PRF farão fiscalização. Obras de reforço na pista começam na próxima quarta, segundo o governo.

Por Beatriz Pataro, TV Globo

O trânsito de caminhões e veículos de carga na pista sobre a barragem do Paranoá, construída no fim da década de 1950 no Distrito Federal, será proibido a partir de 1º de março. A data foi divulgada nesta quarta-feira (30) pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF).

A decisão foi motivada por uma preocupação do governo com a estabilidade da estrutura. A partir da próxima quarta-feira (6), equipes devem começar as obras de recapeamento do asfalto e sinalização da via. O trânsito de veículos de passeio e de ônibus, por enquanto, está mantido.

Ainda no mês de fevereiro, o DER-DF pretende fazer ações educativas na região para evitar alarde. O objetivo, segundo o órgão, é conscientizar as pessoas de que não há risco imediato, e que as medidas anunciadas são apenas "preventivas".

As obras no local devem durar cerca de 15 dias. A fiscalização dos caminhões será feita por câmeras de monitoramento e também pelo posto da Polícia Rodoviária Federal que fica próximo à barragem.

Até a tarde desta quarta, a ideia de reduzir a velocidade máxima permitida na via de 50 km/h para 40 km/h ainda estava "em estudos". O DER não anunciou previsão para que essa medida seja implementada de fato.

O laudo e as reformas

O governador Ibaneis Rocha (MDB) e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-DF) pediram à Companhia Energética de Brasília (CEB) que emitisse um laudo sobre a segurança da barragem.

O pedido foi feito na sequência do rompimento de uma barragem da mineradora Vale em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. Segundo a CEB e o DER, no entanto, a barragem do Paranoá tem características completamente distintas e não corre risco semelhante, porque não está ligada à atividade de mineração e recebe apenas água corrente.

Mesmo antes de receber a nova avaliação, o governo determinou a realização de pequenos reparos na pista da barragem. O pacote inclui correção de fissuras no trânsito, impermeabilização e recapeamento da via.

De acordo com o Palácio do Buriti, essas medidas já foram definidas porque constam em um relatório emitido pela CEB em 2015. Quatro anos depois, nenhum dos pedidos foi atendido.

Risco grave descartado

Segundo o presidente da CEB, Edison Garcia, o laudo emitido nesta terça reforça esses pedidos, mas descarta risco grave na estrutura.
"O laudo diz que a barragem está normal, tem o nível de risco B [intermediário], que é baixo do ponto de vista estrutural da barragem e que precisamos fazer algumas mudanças. Precisamos impermeabilizar a pista de rodagem porque o asfalto não está 100% impermeabilizado, ele tem alguns buracos", diz.

"Do ponto de vista técnico, é prudente que essa estrada seja totalmente impermeabilizada, pavimentada e que os drenos sejam revitalizados."