GDF se aproxima do BNDES. Na pauta, o desenvolvimento local.
GIZELLA RODRIGUES, DA AGÊNCIA BRASÍLIA

O Governo do Distrito Federal, por meio do Conselho Permanente de Políticas Públicas e Gestão Governamental, quer estreitar as relações com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e assegurar recursos para o crescimento do DF. Membros do Conselho e diversos secretários de Estado, liderados pelo vice-governador Paco Britto, se reuniram nesta quarta-feira (20) com a diretora de Investimento do BNDES, Eliane Aleixo Lustosa de Andrade, e outros representantes do banco.

O GDF pretende, por meio do Banco de Brasília (BRB), voltar a operar linhas de crédito ofertadas pelo BNDES, como o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), criado com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento econômico e social da região, mediante programas de financiamento ao setor produtivo com prazos, limites e encargos financeiros diferenciados.

“Somos o banco do desenvolvimento do Centro-Oeste e não repassamos nenhuma linha de crédito do BNDES, muito menos o FCO”, disse o vice-governador. “Hoje a maior rede de gasolina do DF não tem relação nenhuma com o BRB, nem as máquinas de cartão de crédito que eles usam são do banco”, acrescentou.

O empresário José Humberto Pires, secretário-executivo do Conselho Permanente, disse que um enorme desânimo tomou conta dos empresários do DF nos últimos sete anos, justamente pela falta de investimentos. “Vou falar na linguagem do empresário: você não pode parar de pedalar, senão você cai. Ou você vende seu patrimônio e bota dinheiro dentro da empresa, ou se associa com alguém que tenha recurso e faz o negócio rodar, muda de estado e vai buscar um ambiente mais propício para seu negócio – que foi o que aconteceu no DF – ou você entra num processo de autofalência”, relatou. “Nós estamos aqui contando prioritariamente com o empresariado. Se formos esperar a força do governo só, não vamos sair do lugar.”

Durante a reunião, também foi discutida a nota de capacidade de pagamento do DF, o que possibilita ao Estado obter garantia da União para novos empréstimos. A nota do DF era B, mas passou para C, o que caracteriza um baixo nível de liquidez. O diretor do BRB, Antônio Gil Silveira, disse que a nova Diretoria, ao assumir o banco, se surpreendeu com a capacidade que o banco teve para perder a possibilidade de operar com recursos do BNDES. “Precisamos apresentar as melhorias de governança que estão sendo implementadas, as melhorias dos programas de integridade, de auditorias externas e de modelagem econômico e financeira para que a gente possa o quanto antes voltar a operar”, afirmou.

Segundo a diretora do BNDES, o banco quer apoiar a construção da nova Brasília almejada pelo governador Ibaneis Rocha. “Essa é a missão do banco: apoiar os estados nas agendas como a de vocês, de conseguir recuperar recursos, favorecer o empreendedorismo, melhorar o ambiente de negócios. A gente vai fazer esse trabalho e objetivamente entender como a gente pode reativar essa operação do BRB, ajudar na negociação e melhoria de pagamento. O banco se propõe a segurar na mão dos secretários e construir esse ambiente favorável”, assegurou. “Vamos entender melhor os desafios e dar para cada um deles esse apoio para retomar esses investimentos”, ressaltou.