Veras lembrou que governador prometeu que não haveria derrubadas em seu mandato.

Uma ação de derrubada de barracos no bairro Santa Luzia, na Estrutural, repercutiu na sessão ordinária da Câmara Legislativa do Distrito Federal desta quarta-feira (20). A ação promovida pelos fiscais do DF Legal acabou provocando um protesto de manifestantes, que bloquearam a pista norte da via Estrutura, gerando muito transtornos.

O deputado Prof. Reginaldo Veras (PDT) foi o primeiro a tocar no assunto e afirmou que os protestos foram motivados pelas promessas de campanha do governador Ibaneis Rocha. Para Veras, o governador "mentiu" durante a campanha, afirmando que não haveria derrubada de casas em seu governo e que, se necessário, usaria seu próprio dinheiro para reconstruir casas derrubadas.

Na opinião do deputado, promessas que não podem ser cumpridas só contribuem para o desgaste da classe política. "Nenhum de nós defende invasões e grilagem, mas o discurso de campanha estimulou as invasões. O governador foi permissivo em seu discurso durante a campanha e a população acreditou", completou Veras.

O deputado Leandro Grass (Rede) engrossou as críticas ao governador e classificou a promessa feita durante a campanha de "descalabro e nociva", pois nunca será cumprida. Segundo ele, muitos outros candidatos, inclusive para deputado distrital, fizeram promessas de regularização de terra, participando de um "grande pacto pela mentira".

Grass também condenou a política de assistência social do atual governo. Para ele, os equipamentos estão destruídos e sem capacidade de atendimento na área de assistência. "Está faltando planejamento e organização".

Já a deputada Arlete Sampaio (PT) considerou inadmissível o governo "passar um trator sobre a residência de uma família pobre". Para ela, "primeiro houve o estímulo à ocupação irregular do solo, com fins eleitorais, e agora a repressão sem qualquer justificativa". A parlamentar ainda considerou que pode até haver remoções, mas desde que sejam oferecidas alternativas. Fábio Felix (PSOL) classificou a ação de "arbitrária" e acrescentou que é necessário um debate sério sobre o direito à moradia.

Escolas – O deputado Fábio Felix (Psol) lamentou o clima de terror nas escolas do DF, depois do massacre ocorrido em um colégio, em Suzano (SP), na semana passada. De acordo com o distrital, o clima de medo está se espalhando entre estudantes e professores e se agravou com a suspensão das aulas no Colégio Gisno, na Asa Norte. Na opinião do distrital, Brasília entrou na rota dos atentados articulados em rede, especialmente na chamada deep web. Para ele, as ações têm sido articuladas por meio de discursos de ódio de "grupos de extrema direita, que estimulam o ódio contra mulheres, negros, gays e nordestinos". " A polícia civil está investigando, mas precisamos acompanhar de perto, pois diz respeito também à democracia", acrescentou.

Já a deputada Julia Lucy (Novo) defendeu a convocação dos psicólogos aprovados em concurso da secretaria de Educação. A distrital informou que apresentou uma indicação pedindo a convocação dos psicólogos e sugeriu a lotação de pelo menos um profissional em cada escola. "Não é luxo, é necessidade básica para a saúde mental dos nossos adolescentes, crianças e professores", argumentou.

Os distritais também comentaram a decisão do GDF de aumentar em 180 o número de policiais militares no Batalhão Escolar, para realizar ronda ostensiva e segurança nos perímetros das escolas que apresentam mais problemas de segurança. O deputado Hermeto (MDB) comemorou a medida: "Vamos reforçar o policiamento fardado e com viaturas nas escolas mais problemáticas". Para Reginaldo Veras (PDT), "esse reforço ajuda". Comentando ser bem-vinda a iniciativa, voltou a criticar a "militarização" de escolas: "O papel da PM é cuidar da segurança do portão pra fora e não dentro dos estabelecimentos escolares".

Saúde - Julia Lucy também informou que apresentou um pedido de criação de uma comissão especial para acompanhar a transição do modelo de gestão do Hospital de Base para o Hospital de Santa Maria e para as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). A distrital lembrou que hoje está completando um ano da criação do Instituto Hospital de Base, que no início deste ano foi transformado em Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IGESDF).

Segundo ela, o correto seria iniciar somente a partir de agora a análise de uma possível expansão do modelo de gestão, respeitando o ciclo da política pública.

O deputado Jorge Vianna (Podemos) protocolou um projeto de lei para coibir prática de assédio moral em unidades de saúde públicas e privadas. De acordo com ele, o assédio moral é um dos maiores problemas enfrentados pelos trabalhadores da saúde e de difícil solução. Na opinião do parlamentar, o assédio moral é uma prática sistemática, que causa danos psicológicos.

Previdência – Na sessão desta quarta-feira, o deputado Chico Vigilante (PT) voltou a criticar a proposta de reforma da previdência do presidente Jair Bolsonaro. O distrital disse que participou hoje do lançamento de uma frente contra a reforma, no Congresso Nacional, promovida pelo senador Paulo Paim (PT-RS), que contou com dezenas de participantes. "Esta reforma é danosa e criminosa para os mais pobres, para os trabalhadores rurais e também para os servidores públicos", afirmou, anunciando ainda que o PT, em conjunto com o PSOL, pretende promover um seminário na CLDF sobre a reforma, com a participação de especialistas de diversos setores.

Luís Cláudio Alves e Marco Túlio Alencar
Fotos: Silvio Abdon
Comunicação Social – Câmara Legislativa