Categoria acionou Justiça. Audiência de conciliação está marcada para 5 de junho.

Por Pedro Alves, G1 DF

Passageiros aguardam para entrar em vagão do Metrô, no Distrito Federal — Foto: Mary Leal/Agência Brasília

Neste domingo (2), a greve de servidores da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) completa um mês e, até o momento, não tem previsão de fim. Enquanto trabalhadores e empresa não chegam a um acordo, as perdas se acumulam: segundo o Metrô-DF, entre os dias 2 e 28 de maio, o prejuízo causado pela paralisação já chega a R$ 3,8 milhões.

A movimentação mais recente no impasse ocorreu na quinta-feira (30), quando o Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) deferiu liminar para estender por 30 dias o Acordo Coletivo de Trabalho da categoria.

A medida evitou a perda de benefícios como auxílio-alimentação e auxílio-saúde pelos servidores. O acordo coletivo fechado entre a categoria e o Metrô-DF, em 2017, expirava no dia 30 de maio. Sem um novo termo, o anterior não teria mais validade e a categoria perderia os benefícios, por falta de regulamentação.

Trecho de decisão liminar que estendeu prazo de acordo coletivo de metroviários — Foto: Reprodução

Com a liminar, o acordo permanece vigente até o dia 29 de junho. Os metroviários também já acionaram a Justiça para que o Metrô-DF seja condenado a atender às reivindicações da categoria. Na próxima quarta-feira (5), as duas partes participam de uma audiência de conciliação no TRT-10.

Reivindicações
Os servidores do Metrô-DF reivindicam a manutenção do acordo coletivo de trabalho assinado em 2017 e o cumprimento de sentenças judiciais que determinam reajuste dos salários dos servidores no mesmo índice que a inflação.

Além disso, a entidade quer um acordo para que a jornada de trabalho dos pilotos mude oficialmente de 8 horas para 6 horas diárias.

Metrô do Distrito Federal — Foto: Tony Winston/Agência Brasília

A última proposta apresentada pela empresa, no entanto, previa apenas a manutenção do acordo de trabalho e reajustes de 4,67% no auxílio-alimentação e no auxílio-saúde. No entanto, a oferta também expirou no dia 30 de maio.

Horário de funcionamento

Durante a greve, os trens do metrô têm funcionado em esquema especial. As estações ficam abertas de segunda a sábado das 5h30 às 20h30 e no domingo, de 7h às 19h.

No entanto, apenas 30% dos trens circulam na maior parte do dia. Em horários de pico, o quantitativo sobe para 75%.

Confira os horários de pico do metrô durante a greve:

Segunda a sexta, de 6h às 8h45 e de 16h45 às 19h30, com funcionamento de 18 trens
Sábado: de 6h às 9h45 e de 17h às 19h15, com funcionamento de quatro ou cinco trens

Privatização

Em meio à paralisação, o Governo do Distrito Federal planeja transferir a gestão do Metrô-DF para a iniciativa privada. Nesta segunda (3) acaba o prazo para que empresas interessadas em assumir a operação do serviço apresentem propostas.

Podem se candidatar pessoas jurídicas que tenham experiência comprovada em projetos ou na operação de sistema metroviário de transporte de passageiros, no Brasil ou no exterior.

Quando o edital for finalizado, o comando do Metrô-DF deixará de ser de uma empresa pública para passar para iniciativa privada. A nova gestão terá que administrar, por exemplo, a receita de R$ 163,2 milhões – verba referente a 2018.