Encabeçada pela primeira-dama, Mayara Noronha, ação social já arrecadou quase sete mil cobertores e cinco mil outros itens de frio.

Matheus de Souza e seu bebezinho de dez meses agora estão aquecidos pela onda de solidariedade capitaneada pela primeira-dama | Foto: Vinícius de Melo / Agência Brasília

Até hoje de manhã (17) Matheus de Souza e seu bebezinho de 10 meses, Heitor, não tinham a menor ideia de onde passariam a noite. Morador de rua, vendia balas nos semáforos do Paranoá para levantar a grana do leite do guri e pagar um hotel para os dois. O que o dinheiro desse. Nem sempre dá.

Para piorar a situação, a mulher Janaína, atropelada gravemente nas vias da cidade, está internada na UTI do Hospital Regional do Paranoá. Corre o risco de ficar paralítica. Mas, graças à campanha do Agasalho Solidário do GDF, encabeçado pela primeira-dama, Mayara Noronha, agora ele e o filhote podem respirar tranquilamente e dormir o sono dos justos.

“Foi muito bom a gente ter vindo para cá. Estava precisando muito. Aqui a criança tem mais segurança, o frio está demais”, diz o jovem de 22 anos, agora estampado no rosto ares de alegria.

Um sentimento, diga-se, que tem abraçado dezenas de desfavorecidos alojados em um abrigo improvisado no Ginásio de Esportes do Paranoá. Ali eles têm comida, colchão, banho e cobertores doados pela campanha.

Esse é o estado de espírito que a ação social vem causando desde 17 de junho, quando começou, em milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade no DF. O espírito de felicidade. São moradores de rua que, por motivos como alcoolismo, envolvimento com drogas, abono do lar ou apenas esquecidos pelas famílias, não têm onde ficar. Assim, fustigados pelo manto gelado de uma noite fria, são aquecidos pelo fogo da solidariedade.

Rede de solidariedade

Só de um grupo de empresários de Brasília, Belo Horizonte e São Paulo foram doados quase sete mil cobertores novinhos em folha. Os produtos serão distribuídos por instituições sociais, creches, enfim, toda uma estrutura de acolhimento à comunidade carente do DF.

Assim como serão distribuídos os cinco mil itens de frio – blusas, agasalhos, luvas e meias arrecadados em ação coordenada junto à população do Distrito Federal por órgãos do GDF, que receberam caixas de doações. Para a primeira-dama, foi um sinal de que a caridade em Brasília anda em alta, a corrente do bem segue mais forte do que nunca.

“Quero que essa prática seja mais evidente nos próximos anos, contar com um número maior de empresários e da população participando”, emocionou-se Mayara Noronha, durante entrega simbólica de 500 cobertores no Centro de Atendimento Especializado para a População em Situação de Rua, 
em Taguatinga Norte.Agasalhos serão distribuídos por toda uma estrutura de acolhimento à comunidade carente do DF | Foto: Vinícius de Melo / Agência Brasília

“Sei que muitas dessas pessoas passaram por dificuldades de diversas natureza. E, se a gente estreitar os laços, podemos colocar as demandas no papel e ver qual a melhor forma para ajuda-las o máximo possível”, acrescentou a primeira-dama, que passou a tarde de hoje (17) visitando espaços sociais em Taguatinga Norte, Fercal (Sobradinho) e Paranoá, onde os cobertores serão distribuídos.

Para a empresária Miranda Castro, que mobilizou 15 donos de empresas em um prazo de três dias com apenas alguns telefonemas, ajudar o próximo é um dos princípios básicos do cristianismo. “Assim que a primeira-dama me convidou para participar do projeto, aceitei na hora, mesmo tendo uma agenda apertada”, disse.
Estou em estado de êxtase. É uma honra, uma felicidade saber que tem pessoas que se dedicam a ajudar os outros em campanhas como essa, Mayara Noronha, primeira-dama do DF.

“Não adianta a gente ganhar dinheiro e só olhar para si mesmo. Estar na condição de ajudar é melhor do que ser ajudado”, acrescenta Miranda.

Na rua há dois meses devido ao vício da bebida, Luiz Felipe, 21 anos, ficou animado com a entrega dos cobertores no Centro Pop de Taguatinga. Segundo ele, a iniciativa mostra que os desfavorecidos não estão esquecidos pelo poder público e pelo povo solidário do DF.

“É bom saber que tem gente olhando pela gente. Enfrentar um frio desse só com cachaça… Eu não tinha cobertor. Ou pegava emprestado ou pedia nas casas das pessoas”, relata.