Roosevelt Vilela explicou que a redução é necessária por causa da vacância de postos de oficiais, que quando não estão ocupados geram lacunas.

A diminuição do tempo para promoção dos policiais militares, conhecida como redução do interstício, foi tema de pronunciamentos de alguns deputados distritais, na sessão ordinária da Câmara Legislativa do Distrito Federal, desta quarta-feira (21). O deputado Roosevelt Vilela (PSB), oriundo do Corpo de Bombeiros Militar, lamentou que o governador Ibaneis Rocha não tenha realizado a redução de interstício da PM.

O distrital explicou que a redução é necessária por causa da vacância de postos de oficiais, que quando não estão ocupados geram lacunas. "Mas o governo insiste em entender que isto é um benefício. Governador, já entendemos sua preferência pela polícia civil, em detrimento da PM e dos Bombeiros", completou, acrescentando que vai ao Tribunal de Contas para conversar sobre a revisão do decreto que impede a redução.

O assunto também foi abordado pelo deputado Hermeto (MDB), oriundo da PM, que concordou com as argumentações do colega Roosevelt Vilela. Para ele, o interstício não é um favor, mas uma obrigação. Ele disse que está sendo "bombardeado por fake news espalhadas por pessoas inescrupulosas, que tem tentado me responsabilizar pela não redução do interstício". "Mas estou com a consciência tranquila, pois lutei arduamente pela redução nos últimos meses", defendeu-se.

Segundo Hermeto, os policiais militares têm direito a três promoções por ano: abril, agosto e dezembro, e o governo pode reduzir o tempo exigido para as promoções nestas fases. Na opinião dele, a tropa está completamente desmotivada com a não redução do interstício. Apesar das críticas, o distrital informou que vai buscar o entendimento, esperando mudar o posicionamento do governador até dezembro. Mesmo assim, Hermeto acredita que o problema só será corrigido com o envio de um novo plano de carreira da PM para o Congresso Nacional. "E o governador me garantiu que enviará o novo plano, quando me convidou para ingressar no MDB", informou.

O deputado Fábio Felix (Psol) também falou sobre o interstício da PM e defendeu a redução. Na opinião dele, o segmento é prejudicado porque não consegue fazer a ascensão na carreira como os demais servidores públicos. "Eles são os únicos que não tem promoção por tempo de serviço. Podem ficar até 10 anos sem nenhuma promoção", lamentou. Segundo Felix, atualmente, existem vagas para promoções e o governador poderia resolver isto, "mas está descumprindo uma promessa que fez durante a campanha eleitoral".

Fábio Felix relatou ainda que esteve hoje no lançamento do protocolo da polícia civil para orientar as delegacias a darem encaminhamento aos crimes de LGBTfobia, seguindo a decisão do Supremo Tribunal Federal. O deputado destacou a importância do gesto da polícia civil e elogiou a Decrin, que é a delegacia especial responsável por esta área.

Republicanos – Ainda na sessão ordinária desta quarta-feira, o deputado Martins Machado (PRB) comemorou a homologação pela justiça eleitoral do novo nome de sua sigla, que agora passa a se chamar "Republicanos". "Tenho grande satisfação de fazer parte deste grupo que presa pela ética e respeito ao bem público. E conquistou mais de 18 mil filiados só no ano passado. Completamos agora 14 anos e acreditamos que dias melhores virão para nossa nação e estamos comprometidos em buscar a mudança que o povo tanto clama", assinalou.

Privatizações – Já o deputado Chico Vigilante (PT) criticou o anúncio feito pela equipe econômica do governo federal de privatização de 17 empresas brasileiras. Na avaliação do deputado, trata-se de um crime de lesa pátria do "capitão Capiroto" contra a sociedade brasileira. Segundo ele, entre as empresas que serão privatizadas, estão, por exemplo, os Correios, "que em quase todo lugar do mundo é estatal". "Também querem privatizar a Casa da Moeda, que tem um dos maiores parques gráficos do mundo", condenou ele.

Luís Cláudio Alves
Fotos: Victor Figueiredo/CLDF
Núcleo de Jornalismo – Câmara Legislativa