A Secretaria de Educação publicou hoje no DODF aviso de anulação do pregão eletrônico n°10/2019 no valor de 96,5 milhões.

A Câmara Legislativa realizou audiência pública para debater sobre o pregão eletrônico n°10/2019, no valor de R$ 96,5 milhões para compra do de kit uniforme nas escolas públicas. A iniciativa foi da deputada Jaqueline Silva (PTB) e do deputado Chico Vigilante (PT), o evento aconteceu na manhã desta quarta-feira (18) no plenário da Casa. 

Jaqueline Silva explicou que os parlamentares estão buscando meios alternativos para que a licitação da Secretaria de Educação não prejudique o empresariado local. "Somos nós, sejam micro ou grandes empresários, que geramos empregos, e estamos buscando meios para que os governos nos vejam como parceiros. Não estamos aqui para dizer que somos contra os uniformes, queremos sim que eles sejam feitos, mas queremos saber como serão comprados", explicou a distrital.

Segundo a presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário do DF, Valquíria Alves, é preciso sensibilizar o governo neste momento de crise econômica sobre a importância de se fabricar os uniformes no Distrito Federal. "Essa licitação vai gerar doze mil e quinhentos novos postos de trabalho. Estamos propondo alternativas para que a gente garanta esse serviço em Brasília, gerando empregos e impostos", reforçou a presidente. 

Assessor do vice-presidente da Fecomércio, José da Costa destacou que o DF é a unidade federativa com o maior índice de desemprego e como isso afeta a população. "A mão de obra feminina, as mulheres têm fatia menor no mercado, são oito a doze mil empregos que serão cancelados. Todo o imposto vai ficar fora do DF, nenhum centavo será arrecadado".

A subsecretária de infraestrutura e apoio educacional da Secretaria de Educação do DF, Juliana Araújo, observou que a qualidade dos uniformes também "tem cunho pedagógico e psicológico". "Precisamos rever todo o estudo de política pública dos uniformes para os alunos do DF, organizar e focar em um material de qualidade e, para tal, precisamos que as empresas locais estejam preparadas", explicou.

Empresário do ramo de confecção, Idelson Souza diz que o tecido usado para fabricar os uniformes é prejudicial aos alunos. "O calor está tão imenso, acho o governador esqueceu que onde ele trabalha tem ar condicionado, onde o aluno estuda é um calor infernal o uniforme que estão querendo colocar, não tem condição de eles usarem", observou. Idelson, que emprega cinco funcionários, disse que se a licitação da licitação for pra frente provavelmente eles ficarão desempregados, pois "75% dos serviços da minha empresa são destinados a escolas".

Cartão Escolar – O deputado Chico Vigilante comentou a vontade de implementar a compra dos uniformes por meio do cartão material escolar. "Precisamos decidir isso o mais rápido possível, porque já estamos em setembro, os meses para a fabricação são outubro e novembro. Se passar disso ai não vai ter uniforme". as malharias que tingem o tecido elas deixam de atender pedidos a partir da segunda quinzena de outubro e só atenderam pedidos a partir de janeiro. O tempo em média para fazer a entrega pelo DF é de 60 a 90 dias.

Anulação - A Secretaria de Educação publicou hoje na página 31 do DODF aviso de anulação do pregão eletrônico n°10/2019 no valor de 96,5 milhões.

Victoria Kortbawi (estagiária) 
Foto: Rinaldo Morelli (CLDF)
Núcleo de Jornalismo – Câmara Legislativa