Foto: Mariana Raphael/Saúde-DF
Secretaria intensifica o atendimento este mês. Todas as unidades básicas de saúde (UBSs) e policlínicas acolhem e avaliam qualquer mulher que passar por lá, independentemente do motivo da ida ou do atendimento

Os cuidados com a saúde da mulher estão sendo intensificados no Outubro Rosa. Durante este mês, todas as unidades básicas de saúde (UBS) e policlínicas​ estão de portas abertas para acolher e avaliar quem quiser realizar exames de prevenção ao câncer de mama.

Um dos exemplos das ações em curso vem da Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 da Asa Norte. Por lá, independentemente do atendimento ou do motivo da ida à unidade, as mulheres são orientadas e estão percebendo a importância dos cuidados com a saúde. Como resultado desse esclarecimento, elas procuram o atendimento, fazem exames preventivos e recebem encaminhamento para realizar a mamografia.

“Uma das vantagens desse atendimento é facilitar a acessibilidade do público que, às vezes, não vem para esse tipo de serviço, e aproveita a oportunidade, já que não tem uma fila de espera. Isso facilita a captação e há uma intervenção mais imediata e precoce”, ressalta a supervisora de Serviços de Atenção Primária da UBS 1 da Asa Norte, Flávia Lemos.
Aproveitando a ocasião

A dona de casa Talassa Nogueira, 26 anos, esteve na UBS para uma consulta de rotina do filho. Ao ouvir a equipe de saúde explicar sobre a importância de a mulher manter os exames em dia, a mãe do pequeno Miguel já se colocou como paciente para a consulta e os exames preventivos.

“Acho extremamente importante esse alerta. Faz com que a mulher se sinta valorizada. Também é muito bom saber que o sistema de saúde está preocupado e voltado para a saúde da mulher”, aprova Talassa.

A psicóloga Tarsila Flores, 42 anos, que tem a recomendação médica de fazer acompanhamento anual da mama, buscou a UBS para uma consulta e ficou satisfeita com o atendimento. “Fui acompanhada nesta unidade desde criança, mas havia um ano que não vinha aqui. Hoje, percebi que o atendimento estava sendo realizado na hora e rápido, e já fui atendida”, informou a psicóloga.

Por causa do histórico familiar e de sua faixa etária, Tarsila saiu da consulta com a solicitação e o encaminhamento de mamografia e já com o exame citopatológico (Papanicolau) realizado.

Durante o atendimento, Tarsila recebeu orientações sobre o autoexame, o que considera de grande importância para as mulheres, assim como a iniciativa do Outubro Rosa da Secretaria de Saúde. “O autoexame e a campanha trazem orientações para que as mulheres percebam a importância de se tocarem e se avaliarem, tirando qualquer tabu em relação a tocar o próprio corpo”.

Com a força-tarefa criada pela Saúde neste mês, cada paciente que passar por consulta terá o retorno agendado e os encaminhamentos garantidos. A expectativa é de realizar 100 mil atendimentos.

Devem se submeter à mamografia mulheres com idade entre 50 a 69 anos ou as que tenham histórico de casos de câncer de mama na família. E o médico pode solicitar o exame para aquelas mais jovens e em intervalos mais frequentes.
Ações perenes

Apesar de algumas ações acontecerem excepcionalmente neste mês, o apoio às pacientes, que fazem tratamento contra o câncer de mama, acontece durante o ano todo na rede pública de saúde do Distrito Federal.

A autônoma Antônia Ferreira, 61 anos, sabe bem como é receber esse cuidado e o apoio da Secretaria de Saúde. Em 2013, ela descobriu um câncer de mama em grau mais avançado e hoje é atendida em unidade pasta.

“À época, para conseguir uma vaga na rede pública, era muito difícil. Aí, fiz consulta particular. Este ano, estou na rede pública e quero continuar aqui”, elogia a paciente, durante a realização da mamografia no Hospital da Região Leste, antigo Hospital Regional do Paranoá. 
Para se preocupar

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o de mama é segundo tipo que mais acomete as brasileiras, representando em torno de 25% de todos os cânceres que afetam o sexo feminino. Para o Brasil, foram estimados 59,7 mil casos novos de câncer de mama em 2019, com risco estimado de 56 casos por grupo de 100 mil mulheres.

Os principais sinais da doença são caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor; a pele da mama fica avermelhada ou parecida com casca de laranja, há alterações no bico do peito (mamilo) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos. Também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou na região das axilas.