Os ataques começaram quando uma adolescente foi se esconder no banheiro da entidade

Segundo relatos da conselheira, pedras foram arremessadas nas janelas e portas do local. Foto: Reprodução da internet.

Por: João Paulo de Brito
Jornal de Brasília/Agência UniCEUB

Uma mediação de conflito estava marcada para acontecer no Conselho Tutelar da Estrutural. A reunião era para decidir se uma adolescente de 15 anos permaneceria na residência dos avós maternos na Estrutural, ou se retornaria para casa, em Valparaíso, com os responsáveis legais. Segundo relatos da conselheira Michele Marçal, assim que a menor chegou ao local, a mãe agarrou a filha pelo braço e tentou levá-la embora à força. Outros familiares que estavam presentes na ocasião, conseguiram soltar a jovem e encaminhá-la para a parte interna do recinto.

A conselheira tutelar, que estava de plantão no momento do ocorrido, revelou que os ataques começaram no momento em que a adolescente foi levada para se esconder no banheiro da entidade. “Eu fechei a porta, porém não deu tempo de trancar. A mãe arrombou a porta e partiu para cima. Um vigilante ficou na minha frente e não deixou que eu fosse agredida. (Ela estava) xingando e ameaçando que iria ‘fazer acontecer’ se alguém tirasse a filha dela e que ninguém faria isso.

Além disso, a agente contou que a mulher arremessou pedras no interior do local. E enquanto isso, o padrasto da menina discutia e ameaçava pessoas que estavam do lado de fora. “Ambos fizeram ameaças. Eu presenciei mais a mãe, porém tenho conhecimento que ele gritou e xingou. Não sei se ele jogou pedra, pois eu estava dentro do conselho. Fechei as portas e a janela para evitar que alguém se machucasse. E vi que a genitora arremessou os objetos.”

Por fim, a conselheira relatou que um boletim de ocorrência foi registrado na 1ª Delegacia de Polícia, no Plano Piloto. E que uma nova reunião com familiares da jovem aconteceu na manhã seguinte ao ocorrido. “Conversei com os avós, que, até então, se responsabilizaram pelos dois filhos da moça. Entrei em contato com o pai da adolescente para ele ficar ciente dessa situação. No momento, eles estão com a avó. Além disso, irei fazer um encaminhamento para a Vara da Infância e deixar que a justiça decida. Se tratou de uma situação pontual. A gente (conselheiros) não conhecia a família, por isso aplicamos as medidas de forma emergencial.”