Pinturas no muro do CEM 2 homenageavam mulheres negras

Muro do CEM 2, na Área Especial da QNM 14, de Ceilândia, com as obras destruídas por vândalos.
Muro do CEM 2, na Área Especial da QNM 14, de Ceilândia, com as obras destruídas por vândalos.
Poucas horas após os artistas plásticos André Esteves, o André Bolacha, e Thiago Morais, o Crise, concluírem a pintura de grafites em homenagem a mulheres negras – entre elas, o rosto da ex-vereadora Marielle Franco (PSol), assassinada no Rio de Janeiro – no muro do Centro de Ensino Médio 2, na Área Especial da QNM 14, de Ceilândia, as obras foram destruídas por vândalos.

O trabalho foi contratado pela direção da escola e executado durante todo o dia de segunda-feira (10). No entanto, foi pichado na mesma noite e amanheceu destruído na terça-feira (11). A direção da escola registrou ocorrência na 15ª DP, em Ceilândia Centro. A comunidade escolar promete repintar o muro nos próximos dias.

Segundo o diretor do CEM 14, Eliel de Aquino, que assumiu o cargo no início de janeiro, após ser eleito pela comunidade escolar, a destruição dos painéis é um ato inaceitável. Ele pretende usar o episódio para desenvolver atividades pedagógicas no início do ano letivo para alertar os 2.000 estudantes da unidade contra a intolerância.

Professores de disciplinas como Artes, Filosofia, História, Literatura e Geografia poderão desenvolver conteúdos em suas aulas para mostrar aos alunos o quanto a violência pode se manifestar apenas por uma pessoa discordar da outra. “Tão logo seja possível, vamos chamar o grafiteiro para repintar os painéis!”, garantiu Eliel de Aquino.

O vice-diretor, Halbert Cruz, também vai trabalhar contra os ataques à instituição. “Essa reação mostra que começamos nossa gestão no caminho certo. Nossa comunidade escolar saberá demonstrar que não admitirá gestos de intolerância em nosso colégio”, afirmou.

Muro do CEM 2, na Área Especial da QNM 14, de Ceilândia, com as obras destruídas por vândalos.
Muro do CEM 2, na Área Especial da QNM 14, de Ceilândia, com as obras destruídas por vândalos.

“Estaremos atentos para não permitir que este momento da sociedade brasileira, em que algumas pessoas se sentem à vontade para praticar este tipo de crime, se reproduza em nossa escola”, completou o diretor Eliel de Aquino.

Capital Brasília