A Câmara Legislativa homenageou, em sessão solene realizada na noite desta terça-feira (8), os policiais civis que atuaram na “Operação Inominada”, responsável pela investigação do assassinato de dez pessoas da mesma família, em janeiro. O proponente da solenidade, deputado Wellington Luiz (MDB), disse que o crime foi um dos piores da história do Distrito Federal, parabenizando a polícia pela rápida elucidação: “Nós temos comprovadamente a melhor polícia civil do Brasil”.

O parlamentar, que já foi presidente do Sindicato dos Policias Civis, também defendeu as demandas da categoria. “Queremos voltar a ser a polícia mais bem paga do Brasil”, afirmou. O delegado-chefe da 6ª Delegacia de Polícia - Paranoá/DF, Ricardo Nogueira Viana, responsável pela operação, destacou o nível de crueldade do crime. “Não conseguimos dar nome à operação pelos absurdos e terrores que presenciamos nos 13 dias que sucederam essa investigação”, relatou.

O delegado contabilizou 11.261 ocorrências, 3405 procedimentos e 195 prisões realizadas pela 6ª DP em 2022, salientando a necessidade de um efetivo maior. “Desejo aos familiares muita paz no coração, desejo aos policiais que não tenham o infortúnio de enfrentar uma investigação como essa no futuro, e desejo aos criminosos os rigores da lei”, afirmou.

O delegado-geral da Polícia Civil do DF, Robson Cândido da Silva, disse que a corporação “está novamente sendo reconhecida como a melhor polícia civil do Brasil”. Segundo ele, o Governo Federal não atendeu às demandas da categoria nos últimos anos, mas demonstrou confiança sobre os avanços para a categoria no cenário atual. “Estou muito confiante com esse novo governo, com a nova mentalidade de fazer política. Tenho certeza, Wellington, que nós seremos vitoriosos, teremos sim o nosso aumento”.

A presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Distrito Federal, Cláudia Aparecida Alcântara, agradeceu a homenagem e parabenizou a “equipe invejável” da 6ªDP, que “engrandeceram o nome da instituição”. Ela destacou a representatividade de Wellington Luiz para a categoria e defendeu o aumento salarial: “Precisamos receber nossos salários de acordo com essa qualidade e quantidade de serviços que estamos prestando à comunidade do DF”.

Para o presidente da Associação Brasiliense de Peritos em Criminalística (ABPC), André Meirelles, a atuação dos policiais, em esforço conjunto, foi exemplar: “A dimensão de todo esse evento investigado pela Operação Inominada nos deixou perplexos. Vimos uma família que teve grande parte dos seus entes mortos. Isso demandava uma ação proporcional e célere do Estado. Uma resposta a uma situação tão grave como essa foi dada pela PCDF, tanto em qualidade como em tempo”.

O vice-presidente da Associação Brasiliense dos Peritos Papiloscopista, Alexandre de Castro, parabenizou o “excelente trabalho” realizado pela Polícia Civil e agradeceu a homenagem. “Nos sentimos honrados de termos sido chamados para essa mesa e participar sempre da vida diuturna dessa polícia”. O vice-presidente da Associação Geral dos Servidores da Polícia Civil do DF, Reynaldo Martins Soares, destacou que o caso foi rapidamente elucidado. “Uma forma objetiva de homenagear esses heróis que aqui estão é restabelecer a paridade com a Polícia Federal, que foi perdida há uma década”, reivindicou.

Ao final do evento, os policiais que participaram da operação receberam moção de louvor da Câmara Legislativa em reconhecimento aos serviços prestados à população do DF.

Operação Inominada

Entre os dias 13 e 15 de janeiro, a 6ª DP registrou três ocorrências sobre o desaparecimento de dez pessoas da mesma família, incluindo três crianças. Os policiais logo descobriram os corpos carbonizados de uma mulher e seus três filhos próximo a Cristalina, em Goiás. Em seguida, mais dois corpos foram encontrados carbonizados em um veículo, em Unaí, Minas Gerais. A operação ainda localizou os corpos das outras quatro vítimas, um deles enterrado e esquartejado, e outros três jogados em uma cisterna.

Após 13 dias de investigações, a equipe da 6ª DP finalizou a Operação Inominada, que resultou na prisão de uma associação criminosa com cinco integrantes, responsáveis pela chacina de dez pessoas da mesma família. A intenção dos criminosos era se apropriar de uma chácara avaliada em R$ 2 milhões.


Mario Espinheira - Agência CLDF